Descoberto por Jons Jacob Berzelius em 1834, o ácido pirúvico também conhecido como ácido 2-oxopropanóico, é um ácido de cor amarela, que é muito conhecido na bioquímica pela sua participação no ciclo de Krebs.
Estrutura química do ácido pirúvico |
O ácido pirúvico consiste num ácido cetocarboxílico de fórmula CH3COCOOH (C3H4O3), que em meio aquoso se dissocia formando o anion piruvato, que participa de processos metabólicos no corpo.
Esse ácido em forma de liquida possui um odor parecido com o do ácido acético. Além disso, o ácido pirúvico é geralmente obtido em laboratório através da destilação do ácido tartárico na presença de um desidratante, mas também pode ser obtido sinteticamente.
Acido pirúvico na bioquímica – Formação do piruvato
Na Bioquímica, o ácido pirúvico desempenha um importante papel na fermentação alcoólica e no metabolismo dos carboidratos e das proteínas. Sendo que em forma de piruvato, o ácido pirúvico é o ponto de entrada para os aminoácidos com três carbonos (alanina, serina e cisteína) no fluxo metabólico, que passam por reações químicas e formam o piruvato.
Formação de piruvato através da alanina
A formação de piruvato ocorre
através da transminação da alanina produz diretamente piruvato, conforme a
reação abaixo:
$Alanina+\alpha -cetogluratato\rightleftharpoons piruvato+glutamato$
Sendo que após essa reação, o glutamato sofre uma desaminação oxidativa, produzindo NH4-e regenerando α-cetoglutarato. A soma destas reações é:
Formação de piruvato através da serina
$Serina\to piruvato+N{{H}_{4}}^{+}$
Formação de piruvato através da cistéina
A transformação da cisteina em piruvato pode ocorrer por varias vias, com o átomo de enxofre aparecendo como H2S, SO32- ou SCN-.
Formação de piruvato através de outros aminoácidos
A formação de piruvato também pode ocorrer através da transformação de outros aminoácidos em alanina, serina ou cisteína. A glicina, por exemplo, pode ser transformada em serina pela adição enzimática de uma hidroximetila ou pode ser clivada originando CO2, NH4+ e uma unidade monocarbonada ativada.
A treonina pode dar origem a piruvato através do intermediário 2-amino-3-cetobutirato.Três carbonos do Triptofano podem emergir em alanina, que pode ser transformada em piruvato.
Formação de piruvato a partir de aminoácidos – O piruvato é ponto de entrada de alanina, serina, cisteina, glicina, treonina e triptofano. |
Uso em peeling químico e os perigos ao manusear o ácido pirúvico
Apesar de parecer inofensivo, o ácido pirúvico quando concentrado apresenta risco de queimaduras, intoxicação e até de incêndio na pior das circunstancias, quando manuseado de forma imprudente.
De forma prudente, esse ácido pode ser usado na pele, onde é convertido sob condições fisiológicas em ácido láctico através da ação da lactatodesidrogenase. Esse ácido é muito usado em peeling químico, devido a sua rápida e fácil penetração. Sendo esse tipo de tratamento usado geralmente para a remoção de manchas na pele e marcas de acne.
Em altas concentrações, esse ácido pode provocar um estimulo na derme, que atua na biossíntese de glicosaminoglicanos, colágeno e fibras elásticas; promovendo assim a renovação dos queratinócitos, através da ativação de receptores específicos na epiderme, mantendo assim a homeostasia da barreira cutânea e impulsionando a proliferação dérmica.
Já em baixa concentração, o ácido pirúvico tem um efeito plastificante e hidratante para a camada externa da pele, sendo esse efeito causado por suas propriedades umectantes. Além disso, esse ácido também é um antimicrobiano que possui propriedades sebostáticas.
Ácido pirúvico usado em peeling químico |
Referências
- Bioquímica 5 º Edição –Jeremy M.Berg – John L.Tymoczko –Lubert Stryer-Guanabara Koogan -2002
- Jac. Berzelius: His Life and Work, Johan Erik Jorpes, University of California Press, 1970.
- http://www.infopedia.pt/$acido-piruvico (acessado em 23/01/2015 as 21:33)
- Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, Dee Unglaub Silverthorn, Artmed, 2010.
- http://www3.icb.usp.br/corpoeditorial/ARQUIVOS/residuos_quimicos/novos/PIRUVIC%20ACID%20%28%202-oxopropanoic%20acid%29.pdf ( acessado em 23/01/2015 as 22:13)
- http://www2.iq.usp.br/docente/henning/Gliconeogenese.pdf (acessado em 28/01/2015 as 15:20)
- http://www2.iq.usp.br/docente/henning/Degradacaoaminoacidos.pdf (acessado em 28/01/2015 as 15:42)
Sobre o autor
Olá meu nome é Pedro Coelho, eu sou engenheiro químico, engenheiro de segurança do trabalho e Green Belt em Lean Six Sigma. Além disso, também sou estudante de engenharia civil, e em parte de minhas horas vagas me dedico a escrever artigos aqui no ENGQUIMICASANTOSSP, para ajudar estudantes de Engenharia Química e de áreas correlatas. Se você está curtindo essa postagem, siga-nos através de nossas paginas nas redes sociais e compartilhe com seus amigos para eles curtirem também :)
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