Existem 3 isótopos conhecidos de hidrogênio, o prótio (H, que é o próprio hidrogênio), deutério (2H, geralmente chamado de D) e o Trítio (3H geralmente chamado de T), que apesar de terem características muito parecidas, possuem algumas características diferentes, como peso molecular, ponto de fusão e ebulição.
Isótopos de Hidrogênio |
Naturalmente, o hidrogênio encontrado na crosta terrestre é composto em quase sua totalidade por prótio (H), 0,0156% de deutério (2H) e uma quantidade extremamente baixa de trítio (3H).
Deutério
Descoberto por Harold Clayton Urey em 1931, o deutério é um isótopo de hidrogênio composto por um nêutron e um próton, que pode ser obtido através da destilação fracionada da água ou por eletrolise.
Harold Clayton Urey |
O deutério é geralmente usado como um traçador isotópico em investigações de reações químicas e bioquímicas envolvendo hidrogênio, estudos espectroscópicos, e em forma de oxido (D2O), o deutério é usado como moderador em reatores nucleares, devido a sua eficiência em reduzir a energia dos nêutrons de fissão rapidamente, para energia térmica e, porque o deutério tem seção transversal muito menor de captura de nêutrons que a do hidrogênio (prótio) e, portanto, não reduz significativamente o fluxo de nêutrons.
Trítio
Descoberto em 1934 pelos físicos Ernest Rutherford , ML Oliphant, e Paul Harteck, o trítio é um isótopo radioativo de hidrogênio composto por um próton e 2 nêutrons, que tem um tempo de meia-vida de 12,32 anos.
O trítio é produzido naturalmente na atmosfera superior, quando raios cósmicos se colidem com moléculas de nitrogênio no ar, e pode também ser produzido artificialmente através da reação entre o lítio-6 (6Li) e nêutrons em reatores de fissão nuclear.
$^{6}Li{{+}^{1}}n{{\to }^{4}}He+T$
O trítio é capaz de reagir com outras substâncias de uma maneira semelhante à de hidrogênio comum, porém a sua massa superior provoca diferenças nas propriedades químicas dos compostos formados.
O trítio geralmente é usado em reatores de fusão nuclear, fabricação de dispositivos de auto-luminescentes (como sinais de saída em edifícios, aeronaves mostradores, medidores, tintas luminosas, e relógios de pulso) e em pesquisas de desenvolvimento de medicamentos.
placa de saída feita com trítio |
Referências
- Advanced Inorganic Chesmitry – F.Albert Cotton –University of London –London-UK -1972-Wiley
- Inorganic Chemitry – Shriver & Atkins-fifth-edition –Oxford University press-New York-United Stantes- 2010
- http://global.britannica.com/EBchecked/topic/159684/deuterium (Acessado em 17/12/2013 as 13:50)
- http://global.britannica.com/EBchecked/topic/606002/tritium (Acessado em 17/12/2013 as 13:59)
- http://www.epa.gov/radiation/radionuclides/tritium.html (Acessado em 19/12/2013 as 20:51)
- www.businessinsider.com (Acessado em 19/12/2013 as 21:13)
Sobre o autor
Olá meu nome é Pedro Coelho, eu sou engenheiro químico, engenheiro de segurança do trabalho e Green Belt em Lean Six Sigma. Além disso, também sou estudante de engenharia civil, e em parte de minhas horas vagas me dedico a escrever artigos aqui no ENGQUIMICASANTOSSP, para ajudar estudantes de Engenharia Química e de áreas correlatas. Se você está curtindo essa postagem, siga-nos através de nossas paginas nas redes sociais e compartilhe com seus amigos para eles curtirem também :)
2 Comentários de "Isótopos de hidrogênio - Deutério e Trítio"
Pedro bom dia
Você poderia dar-me mais detalhes sobre a formação do trítio nas altas atmosferas?
Olá anônimo
O trítio é formado quando um núcleo de hélio captura um nêutron. Isso acontece durante as reações nucleares que ocorrem nas altas camadas da atmosfera, onde a densidade de nêutrons é maior. O trítio é então transportado em direção à superfície da Terra pela radiação cósmica.
Esse tipo de reação de captura de nêutrons só pode ocorrer em condições de altas temperaturas e pressões, por isso o trítio só é encontrado em altas atmosferas.
Espero que isso te ajude
Um abraço
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